De manhã




Nunca me esquecerei
do que não houve entre nós.
Da tua ausência
enchendo de espera
tomando de desespero
os restos do nada.
Jamais apagarei da memória
o que não aconteceu,
o que eu tanto queria,
o que desejei com força
e o destino cuidou de evitar.
A lembrança ainda é úmida,
a saudade beija a razão.
É recente a brasa,
ardente e perene,
dos sonhos em vão
de todo um momento
que não passou.

Texto: Cláudia Marczak
Imagem: Ann Mei

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