Das usuais inutilidades


Tenho passado os dias a cultivar tarefas antes imperceptíveis. Entro no quarto...desvio dos cantos...me ocupo a olhar detalhes minúsculos das paredes e armários. Na estante lateral ao guarda roupas MDF...organizei os últimos livros que li juntamente com os que não li, mas que penso serem os próximos. Na mesa do computador ainda estão os velhos cds...alguns dvds com filmes cabeça que no momento apresentam-se como marcas do que posso, mas não quero ver...a eles se juntam minha taça de vinho branco chardonnay...o meu olhar continua intacto...não foi atingido pela cegueira branca...e aos trancos e barrancos fico procurando as figuras e a linguagem de expressão pra você...já que não quer ver, ouvir ou falar...que ao menos osmoticamente...tu me escutes...frase solta...frase feita: chama meu nome...que eu faço festa...
Texto: Wandréa Marcinoni
Imagem: Benjamim Lacombe

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