2016




Em 2016 presenciamos  a queda da presidente, a ascensão do vice traidor, a prisão do presidente da câmara, a queda de mil ministros, a retirada do eterno presidente do senado, que voltou com o conhecido jeitinho brasileiro( não participa da linha sucessória, mas persiste como presidente do senado), a PEC que congela nossa vida por 20 anos, a aposentadoria retardada, a destruição de Aleppo, os refugiados, os atentados na França, Turquia, Orlando, Bruxelas, Paquistão, Jacarta, Nice, Munique, Normandia. As gravações, a lava jato, as olimpíadas do Rio. Teve nossa vida do dia a dia. No esquema do trabalho-casa. Os minutos passaram, as horas passaram, os dias continuaram, o ano terminou. Já é natal, o ano termina. Compramos presentes, o ano termina. Nos confraternizamos, o ano termina. Brindamos com amigos, o ano termina. E aí vem os projetos pro ano que vem. Desejo maior: que minha luta (só) que já dura 6 anos por fim, seja vitoriosa. Que eu possa estar junto do meu pequeno, proporcionando todas as possibilidades de desenvolvimento que ele precise. Que ele seja capaz e independente. Que ele me surpreenda ainda mais do que  tem feito. Que ele fale com sua voz cantada no meu ouvido. Que ele diga sempre que me ama como eu sempre digo que o amo. São seis anos de luta. São seis anos em que me é negado um direito que vejo estampado todos os dias nas mídias em geral. Que aqueles que me rodeiam tenham um olhar diferente. A inércia é indiferente e fria. Não aquece meu coração. Onde andará a palavra/sentido empatia? Desejo a todos, apesar de tudo, que sejam felizes, mas que olhem pro outro.  Desejo mil viagens, mil olhares pela natureza encantadora desse planeta. Desejo estar mais com minha família. Desejo a fé da minha mãe. Desejo ser vista além da minha aparência. Desejo que o preconceito seja extinto. Desejo tolerância com o diferente. Desejo ser capaz de ser eu. Não queira agradar. Isso não funciona! Desejo ter meus pais junto a mim. Desejo a todos o amor que eu sinto. Desejo ser assim pra sempre. Que venha o próximo ano e possamos fazer tudo do mesmo jeito, só que diferente.
Texto: Wandréa Marcinoni
Fotos: Max Moura Wolosker

Postar um comentário

0 Comentários