Branco e preto


Escrever é exercer uma catarse.
Escrever é algo que pra mim vem fácil como é fácil caminhar pra quem tem boas pernas.
Viver é um tantinho mais difícil...porque é a luta do desejo com o não realizado...e é esse embate entre realizar ou não algo que nos coloca a planejar o futuro...
É também o que dá sentido à vida.
Há um pequeno-grande-inenarrável tempo venho vivendo de planos...
Pergunto-me todo dia como construir um alicerce sólido para eu repousar...venho me questionando todo dia por que enfio os pés pelas mãos em tantas ocasiões dignas de uma comédia da vida privada.
Eu sou só uma garota...presa em um corpo...com tantas idéias...tantos questionamentos...tantas dúvidas...tantas indagações não clássicas de uma garota de trinta e alguns anos...perguntas típicas da vida adulta...essa vida, que se encaixa e desencaixa como quando monto um quebra cabeças.
Eu falo coisas que não quero...faço coisas que eu quero...passeio pelo tempo num vai e volta...como filme de diretor consagrado...
Penso no quanto é simples e complicado viver.
Penso que as coisas que me dão prazer...na infinita maioria das vezes...são sutis e impalpáveis...
Penso no quanto pessoas e fatos são tão incertos...
Penso no quanto quis acertar com você...
E me certifico do quanto minha vida torta...fez com que eu fosse um reflexo borrado e distorcido de quem eu realmente sou...
Toda semana eu faço tudo sempre igual: Lembro...reflito...pontuo...interrogo...compactuo...somo e divido infinitas vezes.
Toda semana o resultado é diferente...
Só que nesse caso...não acho que se trata da minha dificuldade com os números...
Concluo em poucas linhas que é por causa da tua ausência...
Afirmo então: Você me faz falta...e nessa falta eu adormeço...adormeço e teimo em sonhar que estou contigo...que é pra nunca mais lembrar de te esquecer.
Texto: Wandréa Marcinoni
Imagem: Yulia Gorodinski

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