Coisas que ela quer, mas não diz


Naquela época ela não era tão lúcida...e a falta de lucidez lhe abria os olhos.
É engraçado pensar, mas era tão leve, tão fácil...
Seu coração transbordava como hoje, mas era mais afoito, mais aberto, mais criança...
Não havia tanta preocupação...a não ser viver cada segundo como se fosse o último.
Ao cair, bastava levantar-se...tão fácil que ela nem sabe o quanto.
Um dia, ela tropeçou e achou que nunca mais voltaria a andar.
Voltou...mas novo tropeço.
Seu coração ficou magoado...e cobrou dela por sua dor.
Ela desfez-se como purpurina jogada ao ar...brilho e queda em um só momento.
Ela não se julga mais como antes...sabe que é fato...e para fatos, não vê argumentações...anda...caminha...tropeça...se ergue e torce pra ser...porque pode ser...porque deve ser...porque será...o caminho de ida...com início, meio e fim...e quando do encantamento, mesmo em meio às lágrimas...ela saberá e só ela saberá de como foi duro o caminhar.
Texto: Wandréa Marcinoni
Imagem: Shiori Matsumoto

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