A espera

O domingo amanheceu preguiçoso. A luz do dia entrou devagar pela fresta da janela. Ela se virou de lado tentando evitar o inevitável. A vida a chamava.  Levantou-se, olhou-se no espelho e pensou que quando acorda não se reconhece em si mesma. O barulho dos carros lá fora mostravam que pros outros também é assim. Saiu, mas por conta das dores voltou em menos de 1 hora. Tomou um café bem quente evitando aqueles pãezinhos que lhe confeririam calorias adicionais. Pensou em muitas coisas. Assistiu tv com um certo prazer de quem há 2 semanas não parava em casa. Depois viu as notícias que trouxeram pra ela um pouco de angústia. No desaviso de atitudes, tem muitas vezes que ela se decepciona, Penso que mais por conta do inesperado. Ou será que por esperar demais? Com seus botões pensou que sua imagem para os outros é sempre outra. Sempre a imagem da pessoa que ela não é. Não que ela não possa com suas dificuldades se adaptar aos gostos alheios e fazer cara de paisagem, mas enfim, ela nunca será assim. Ela é cheia de defeitos, cheia de qualidades, cheia de controvérsias e sentimentos agudos. Sentimentos daqueles que por vezes só se representam num grito. É um estupor de dúvidas, um celeiro de idéias, um pacote meio amassado pelo tempo, um papel de pão escrito à caneta, ela é um adeus, com certeza! Mas, enfim, muitas vezes ela gostaria de ser para sempre.
Texto: Wandréa Marcinoni

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