Dos comentários que fazemos


“Eu sei que há um ímpeto que aproxima as pessoas, que faz a curiosidade, algo que tem brilho e desejo. Quando um homem e uma mulher se aproximam assim, há uma fusão que é espiritual e, depois, há algo de companheirismo. Eu sei que eu amei muito ir ao cinema segurando a mão de Jacques Demy. Não era desejo, era só ir ao cinema segurando a mão. Depois, a gente podia discutir sobre o filme, havia o que gostou, o que não gostou, é bom, é ruim… Havia uma capacidade de comentar, e não forçadamente pelo comentário. É também um tipo de fidelidade de base, não com relação à lei moral e tudo isso. Quer dizer, a idéia que se faz de um casal, é o que faz sentido, eu acho, na vida.

Tivemos muitas dificuldades como todos os casais, e quando estávamos bem, juntos de volta, dizíamos: ‘Que bonito projeto, que bom programa: nós vamos envelhecer juntos”

Texto: Agnès Varda
Imagem: Benjamin Lacombe

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